Sinte-PI vai à justiça para evitar descontos

O Sindicato dos trabalhadores em Educação do Piauí (Sinte-PI) entrou ontem (29) com uma ação no Tribunal de Justiça (TJ-PI), para evitar o desconto de 40% por dia de trabalho realizado pelo governo do Estado no contracheque dos servidores. O valor arrecadado, cerca de R$ 1,2 milhão, será destinado à Confederação Brasileira dos Servidores Públicos, que venceu o Piauí em uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“Estamos vendo com muita preocupação, com muita indignação, já que é uma situação gravíssima. Essa confederação de fachada que ninguém sabe nem qual é o endereço, que não tem nenhuma luta em defesa da classe trabalhadora, principalmente da educação, resolver fazer o desconto de 40% de um dia de trabalho dos servidores da educação. Ou melhor dizendo, de todos os servidores deste Estado”, disse a presidente do Sinte, Odeni Silva.

Segundo a sindicalista, a ação pede  que o desconto seja cancelado e o dinheiro devolvido. “Queremos bloquear esse desconto no contracheque de todos os servidores. Quem entrou em 2016 e deveria descontar apenas 5% , segundo a decisão judicial, foi feito desconto de 40%. Estamos  recorrendo para que haja o retorno do que foi retirado indevidamente”, declarou.

O secretário de administração, Franzé Silva, disse que as entidades devem questionar a legitimidade da confederação, mas que o governo tem que cumprir a decisão judicial.

“A PGE já é parte deste processo buscando uma forma de proteger os servidores. Chegamos ao STJ com a decisão de fazer o desconto. Nós no dia 17, ao sermos notificados pela procuradoria, encaminhamos oficio circular para todos os gestores e que informassem todos os servidores, além das entidades, alertando que o Estado  teria que cumprir essa decisão judicial”, explicou.

“Entendo, como a professora Odeni que é preciso questionar a legalidade desta entidade. Não conhecemos essa confederação, mas tivemos que fazer o desconto. Tem que ser questionado judicialmente. Temos que obedecer as decisões judiciais”, declarou.

Jornal Diário do Povo, 30/0602016